quarta-feira, 28 de agosto de 2024

História de Ipiaú/BA

 História de Ipiaú

A princípio, era floresta virgem (Mata Atlântica) em sua vastidão e mistérios habitada originalmente pelos índios Tapuias. Por volta de 1718, o bandeirante Pantaleão Rodrigues percorreu o Rio de Contas de sua foz até a nascente. Já em 1800, a Coroa Portuguesa doou a José de Sá Bittencourt um latifúndio, correspondente a área de sete municípios da Região (Jequié, Camamu, Jaguaquara, Maracás, Boa Nova, Itagi e Jitaúna), formando a fazenda Borda da Mata.
Em fins de 1913, após acontecimentos políticos de Ubaíra (Areia), instalou-se na região o Sr. “Raimundo Crente” e se apossou dos terrenos devolutos que hoje formam o distrito sede de Ipiaú (refutado por alguns ano de sua chegada).
Os primeiros habitantes dessa região passaram a cultivar o cacau uma das grandes possibilidades econômica da região, que, por não atingir uma grande quantidade de arrobas, eram compradas pelo Sr. Raimundo Santos, que comercializava o produto.
Abriram-se caminhos de tropas para dar escoamento ao cacau favorecendo o surgimento das primeiras casas. Essa região passou a ser conhecida como “RAPA-TIÇÃO”, em virtude de uma briga entre duas mulheres, tendo uma atirado uma racha de lenha em brasa na outra. Por essa época, apareceu em “RAPA-TIÇÃO”o italiano José Miraglia, que adquiriu do Sr. Raimundo Santos boa parte das terras, começando a construir novas habitações, surgiu o povoado propriamente dito.
Observando o crescimento do lugar, Raimundo dos Santos foi a Camamu entender-se com Gonçalo Martins no sentido de se criar em “RAPA-TIÇÃO” um distrito de paz com o nome de Rio Novo, que julgou oportuno devido ao Rio Água Branca, que fora descoberto na ocasião da formação do povoado pela Lei Estadual nº 1.156 de 1º de agosto do mesmo ano. “RAPA-TIÇÃO” passou a ser distrito de paz, porém com o nome oficial de Alfredo Martins, incorporado ao município de Camamu.
Depois de 06 (seis) anos de movimento em prol da emancipação em 1924, cujo pedido foi encaminhado ao Senador Frederico Costa, a sede do município foi elevada a categoria de Sub-Prefeitura, com o nome de “RIO NOVO”, pelo Decreto Estadual nº 7.139 de 17/12/1930, ainda subordinada ao município de Camamu. Um ano mais tarde, pelo Decreto Estadual nº 7.455 de 23/06/1931, o território do Distrito de Rio Novo foi desmembrado do Município de Camamu e anexado ao município de Jequié, fato esse confirmado pelo Decreto Estadual nº 7.479 de 08/06/1931, que criou em Jequié a Sub-Prefeitura de RIO NOVO, dividida mais tarde em três distritos, pelo Decreto Estadual nº 8.249 de 31/12/1932: RIO NOVO, Tesouras e Barra do Rocha.
Nessa fase preparatória para a consolidação futura da sua emancipação, Rio Novo conheceu três sub-prefeitos, nas pessoas de Osório Cordeiro da Silva, Leonel Dias de Andrade e Antônio Augusto de Sá os quais regeram seus distritos nas datas de 07/07/04 de novembro de 1931; 05/11/1931 a 31/08/1932; 01/09/1932 a 01/02/1933, respectivamente, até que, finalmente, pela Lei Estadual nº 8.725 de 02/12/1933, foi o arraial, sede da Sub-Prefeitura de Rio Novo, elevado a categoria de vila e criando o município do mesmo nome, com território desmembrado do município de Jequié.
Dez anos após, por força do decreto Lei Estadual nº 141 de 31/12/1943, passaram a denominar-se respectivamente: Ipiaú, Ibirataia (antiga Tesouras), Barra do Rocha e Ubatã (antiga Dois Irmãos).
Por fim, em 1952 com o desmembramento do distrito de Ubatã, elevado à categoria de município pela lei nº 514 de 13/12/1952, ficou reduzido a três distritos até que a lei nº 628 de 30/121953 fixou a sua divisão administrativa novamente a quatro distritos: Ipiaú, Ibirataia, Barra do Rocha e Algodão.
NOMES QUE IPIAÚ TEVE
ENCRUZILHADA DO SUL – Devido a uma antiga fazenda existente próximo a praça Rui Barbosa chamada encruzilhada, uma alusão e convergência entre os vários caminhos existentes.
FUÁ, EMPATA VIAGEM OU QUEBRA VIOLA – Tais designações, segundo Germínio Medrado (MENDES e ANJOS: 2006, p. 37) devia-se à desordem do local causada pelo jogo, mulherio e bebidas alcoólicas. Também porque retardava os viajantes que passavam nestas paragens, além disso, era ponto constante de brigas. Fuá era o local que ficava na rua Olavo Bilac.
RAPATIÇÃO – Nome dado devido a briga entre duas mulheres, na qual uma atirou uma lenha em brasa na outra, sendo dessa versão a mais popular. Outra versão é devido ao uso constante de armas de fogo, conhecida por arma de repetição, em virtude das brigas ocasionais. Também interpreta-se que era uma corruptela do termo Repartição, devido a uma agência arrecadadora de impostos instalada no distrito após ser criado o distrito de paz.
ALFREDO MARTINS – Primeiro nome oficial do lugar, através da Lei Municipal nº 1.156 de 1º/08/1916. o nome foi em homenagem ao presidente da Câmara Legislativa de Camamu. Não chegou a popularizar-se.
RIO NOVO – Sugerido por Raimundo dos Santos, devido ao surgimento do Rio Água Branca, na ocasião do pedido da criação em Rapatição de um Distrito de Paz, mas que só foi adotado na elevação do distrito a Sub-Prefeitura pelo Decreto Estadual nº 7.139 de 17/12/1930.
IPIAÚ – Devido a uma Lei Federal que proibia a existência de dois municípios com o mesmo nome, pois já existia outro Rio Novo, mais antigo, em Minas Gerais. Assim, em 1944 a cidade passou a chamar-se Ipiaú. Significa segundo a Enciclopédia dos municípios, Rio Novo em dialeto indígena. Segundo Euclides Neto, Ipiahu, a que tem pele manchada. É, também, nome de sardinha, piau, está em abundância no Rio de Contas, que corta o município. Levantou-se também a polêmica de que, em um dialeto indígena, seria entre rios, devido a cidade estar entre os rios de Contas e Água Branca.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
Aspectos territorial – Ipiaú possui uma área de 286.06 km², localizado no sul do estado da Bahia, fazendo limites com os municípios: Aiquara, Barra do Rocha, Ibirataia, Itagiba, Jequié e Jitaúna.
Fica à 355 km da capital da Bahia, Salvador. É cortada pela BR 330 que liga a BR 116 a BR 101.
O clima predominante é seco a sub-úmido, com temperatura média anual de 23,8ºC, máxima de 29,3ºC e mínima de 20,0ºC. O período chuvoso compreende os meses de novembro a janeiro, com pluviosidade média anual de 800 a 1200mm.
O solo é do tipo vermelho-amarelo distrófico, brunizém avermelhado com boa aptidão para lavoura e restrita e sem aptidão para pastagem natural.
A Bacia Hidrográfica é a do Rio de Contas, tendo como afluentes no território de Ipiaú os rios Água Branca, Emburrado.
Principal cultura de cultivo econômico: Cacau.
Situação política de Ipiaú – Ipiaú é governado pela Prefeita Municipal Maria das Graças Cesar Mendonça, e sua Câmara de Vereadores possui 13 (treze) legisladores, possuindo cerca de 30.000 eleitores. Teve 22 prefeitos ao longo de sua emancipação, sendo que José Mendonça com 2 mandatos, José Mota Fernandes com 3, Hildebrando Nunes Rezende com 2 e Salvador
da Mata 2. Seu primeiro prefeito foi Antônio Augusto de Sá que permaneceu no cargo de 17/12/1933 a 1934. O mais notável dos prefeitos foi o saudoso Euclides Neto, que criou a Fazenda do Povo, o atual Colégio Estadual de Ipiaú (CEI), o primeiro Hospital (Fundação Hospitalar) e trouxe para Ipiaú título de cidade Modelo da Bahia, cujo telegrama encontra-se gravado na Praça Alberto Pinto (praça da Prefeitura).
A população de Ipiaú, segundo o censo de 2000, é de 45.969 habitantes, sendo 91% na zona urbana e 9% na zona rural, 50,82% do sexo feminino e 49,18% do sexo masculino.
Ipiaú possui 3 hospitais, sendo 2 públicos e 1 particular, contando com 47 médicos, 60 auxiliar de enfermagem, 8 enfermeiras e 8 dentistas (Dados do Perfil Empresarial de Ipiaú).
Na educação o município possui 4 escolas de Ensino Médio, 59 de ensino de Fundamental e 35 colégios com pré-escola. Detém, ainda, 3 estabelecimentos de curso superior. UNEB, FACSA e FACE e um instituto de pós-graduação: IBEC.
Principais festas: São João, São Pedro, São Roque (Padroeiro da cidade).
2 paróquias: São Roque (Matriz) e São José Operário, católicas e diversas denominações religiosas: Batista, Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus, Pentecostais e Neopentecostais, Congregação cristã, Adventista entre outras.
No lazer possui um estádio (Pedro Caetano), um ginásio de esporte (Clériston Andrade) e 3 clubes, dentre eles: Rio de Contas (Náutico), AABB, Maçons.
No futebol, tem vários clubes, dentre eles: Ipiaú, Sambaqui, ADB, Flamengo, Botafogo, Fortaleza, Baixada, Avenida, Independente, Internacional, Rio Novo, Juventude, Vasco, Atlético, Aparecida, entre outros. A seleção possui 3 títulos do Intermunicipal e 1 dos Supercopa dos Campeões do Intermunicipal.
Possui 3 emissoras de Rádio: Ipiaú FM, Rádio Livre FM e Nova FM.
5 Bancos: Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, Banco do Nordeste Santander.
1 agência de correios.
Possui cerca de 46 indústrias, 397 comércio e 395 prestadores de serviços.
Estimativa Orçamentária cerca de 100.000.000,00 no ano.
PIB Per Capita: R$ 9.913,51
HINO DE IPIAÚ
Na fibra e na coragem do seu povo / Reside tua riqueza Ipiaú / Histórias do saudoso Rio Novo
São lembradas no Norte, exaltadas no Sul.
Salves os pioneiros que um dia chegaram / E que plantaram os seus cacauais /
Dando a semente, do teu presente / Crescendo mais e mais.
Ipiaú, meu bem querer! / Réu Rio de Contas tranqüilo a correr /
Ipiaú, que bom lembrar... / Teu céu de estrelas sempre a brilhar.
Fontes: “Perfil Empresarial de Ipiaú” e “Ipiaú: Histórias de nossa cidade”.
Ipiaú é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2010 era de 44.390 habitantes.
GEOGRAFIA
O município de Ipiaú pertence à Microrregião Homogênea 154 – Cacaueira – segundo divisão adotada pelo IBGE, compreendendo uma área de 267 km², equivalente a 0,05% da área total do Estado, situando-se dentro das coordenadas geográficas: 14º07`55`` de latitude sul e 39º44`55`` de latitude oeste.
De acordo com a Divisão Territorial Administrativa de 1964/68, o município limita-se ao Norte com Ibirataia e Jequié, ao Sul Itagiba, ao Leste com Ibirataia e Barra do Rocha e ao Oeste Aiquara e Jitaúna.
Com o município de Aiquara: começa na foz do Ribeirão da Preguiça no Rio das Contas, subindo pelo talvegue deste, até a foz do Ribeirão da Pedra Branca ou Córrego de Pedras, pelo qual sobe até a foz do Ribeirão da Sapucaia.
Com o município de Jequié: começa na foz do Ribeirão da Sapucaia no Córrego de Pedras, subindo por este até a sua nascente, onde alcança o marco fronteiro na Serra Geral.
Com o município de Ibirataia: começa na Serra Geral, no marco fronteiro à nascente do Córrego de Pedras, seguindo pelo divisor de água da Serra do Tororó, até o marco da reta que liga à nascente do Ribeirão do Retiro ao marco do encontro dos divisores de água da serra do Fuá e da Boa União, segue por esta reta e até o último marco referido, daí, pelo divisor das águas da serra do Fuá até o seu extremo sul, daí em reta para o extremo sul da serra da Boa União até o marco na margem do Riacho da Formiga.
Com o município de Barra do Rocha: começa no marco na reta que liga o extremo sul da Serra da Boa União ao extremo sul da Serra do Fuá, situada na margem do Riacho da Formiga, descendo por este até a foz no Rio das Contas.
Com o município de Itagibá: começa na foz do Riacho da Formiga no Rio das Contas e sobe pelo talvengue deste até a foz do Ribeirão da Preguiça.
CLIMA
O município de Ipiaú é classificado climaticamente segundo Koeppen como sendo do tipo Am. É um clima de transição entre Af – chuvas abundantes acima de 1,300mm anuais As e Aw, o primeiro com estação de chuvas concentradas no outono /verão. Koeppen ainda considera que a faixa de transição climática em estudo, Am, apresenta estação seca pouco pronunciada, compensada pelos totais anuais elevados.
ECONOMIA
A economia de Ipiaú, como a de toda a região cacaueira, tem por carro chefe a lavoura do cacau. A indústria é pouco expressiva, destacando-se apenas duas fábricas de polpas de suco. Recentemente está sendo implantada uma mineradora de níquel, que provavelmente, irá trazer prosperidade econômica para o município. Destaca-se ainda a pecuária extensiva, respaldada pelo rico solo massapé da região e ultimamente de cana, para a produção de cachaça. O cacau já trouxe muita riqueza à região, contudo a sua cultura, devido a vassoura-de-bruxa e aos baixos preços, decaiu, trazendo desemprego e pobreza à região que, devido à cacauicultura , já chegou a contribuir com quase 50% do PIB baiano.
ADMINISTRAÇÃO
• Prefeita: Maria das Graças Cesar Mendonça (2017- 2024)
• Presidente da Câmara: Robson Fernando da Silva Moreira (2021 a 2022)
Prefeitos anteriores:
• Antônio Augusto Sá (1933 – 1935)
• Leonel Andrade (1936 – 1940)
• Jaime Pontes Tanajura (1940 – 1943)
• Agostinho Cardoso Pinheiro (1943 – 1945)
• Antonio Lisboa Nogueira (1945 – 1946)
• José de Borges de Barros (1946 – 1946)
• Sandoval Fernandes Alcântara (1946 – 1949
• José Borges de Barros (1949 – 1950)
• Pedro Caetano Magalhães de Jesus (1950 – 1951)
• José Muniz Ferreira (1951 – 1955)
• Salvador da Mata (1955 -1959)
• José Mota Fernandes (1959 – 1963)
• Euclides José Teixeira Neto (1963 – 1967)
• José Mota Fernandes (1967 – 1971)
• Salvador da mata (1971 – 1973)
• Hildebrando Nunes Rezende (1973 – 1977)
• José Borges de Barros Junior (1977 – 1982)
• Hildebrando Nunes Rezende (1983 – 1988)
• Miguel Cunha Coutinho (1989 – 1992)
• Ubirajara Souza Costa (1993 – 1996)
• José Mota Fernandes (1997 – 2000)
• José Andrade Mendonça (2001 – 2008)
• Sandra da Purificação Lemos de Santana (2008)
• Deraldino Alves de Araújo (2009-2016)
• Maria das Graças Cesar Mendonça (2017-2024)
FILHOS ILUSTRES
• Euclides José Teixeira Neto – Advogado, escritor, ex-prefeito e ex-secretário estadual da agricultura.
• Nestor Mesquita Martins – Médico, cacauicultor, como cacauicultor foi considerado o maior plantador individual de cacau do mundo.
• José Borges de Barros – Médico, cacauicultor, pioneiro na medicina municipal, fundou a 1ª casa de saúde da cidade.
REFERÊNCIAS
1. Divisão Territorial do Brasil. Instituto Brasileiro e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008).
2. Estimativa da população para iº de julho de 2008 (PDF). . Instituto Brasileiro e Estatística (IBGE) (29 de agosto de 2008). Página visitada em 5 de setembro de 2008.
3. Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11/10/08.
4. Produto Interno Bruto dos Municípios 2002 – 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 11 de outubro de 2008.